Meus.

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

E, subitamente, Bolívia! [ou: como minha vida vai, mais uma vez, mudar]

No fim de 2009 terminei a faculdade. Agora sim, psicóloga. Cinco anos longos, cheios de solavancos pessoais e profissionais, diversos estágios, palestras, trabalhos voluntários, apresentações acadêmicas, tudo em prol de uma carreira de sucesso. Porém no início de janeiro de 2010 fui para o Tocantins, participar do Projeto Rondon (como já citei aqui em um post) e minha vida mudou completamente!


O simples pensamento de trabalhar fechada entre quatro paredes começou a me dar arrepios e mudou meus objetivos. Antes eu queria montar um consultório e clinicar, fazer uma pós em psicanálise, quem sabe também em psicodrama. Fazer vestibular de inverno na FAP e realizar meu antigo sonho de ser atriz, arranjar um emprego em qualquer lugar, exercendo qualquer função - objetivos assim, sem muita forma concreta.

Tanto esse pensamento virou ''do mal'' que arrisquei duas atividades voluntárias pela faculdade (aquela com a qual já não tinha mais vínculos, além dos afetivos): ser monitora do processo seletivo do Rondon (dar 'aulas' para os candidatos interessados em participar das próximas operações) e ajudar um grupo de norte-americanos a realizarem suas atividades sociais em escolas daqui. Qual foi minha surpresa que, devido a essa segunda atividade, consegui um emprego! E não um desses empregos que me dava arrepios, mas sim algo absurdamente novo e desafiador: trabalhar com portadores de múltiplas deficiências! Fui e adorei, mas algo ainda me deixava inquieta... Ainda estava buscando por alguma coisa que não sabia bem nomear, ainda não estava me sentindo completamente satisfeita.

Foi quando surgiu no meu email a divulgação do processo seletivo da AIESEC voltado para intercâmbio praticamente imediato! E a loucura maior: focado em projetos sociais!



De repente era isso!
Um intercâmbio sempre foi um desejo muito grande, já conhecia a AIESEC e tinha bastante vontade de participar, e o melhor: teria a oportunidade de ir para qualquer lugar do mundo, fazendo o que mais adoro: lidar com pessoas!!!
Em duas semanas tudo aconteceu, a seleção, o resultado e o treinamento. Em mais duas semanas procurei por vagas. Troquei email com a Rússia, com a Colômbia, Bulgária e Venezuela, mas foi com a Bolívia que eu "casei"!!! Recebi um email, respondi e
'next thing i know' vou dar aula de inglês por lá e o mais louco: por cinco meses!!! Agora estou contando os dias, aproveitando os momentos, arrumando malas e materiais.


O intercâmbio foi o objetivo de eu ter entrado, porém participar da AIESEC também está sendo algo norteador. Desde o primeiro contato, todos foram abertos, sinceros, simpáticos, é muito bom o sentimento de pertencer a algo tão legal.


Enfim é isso.
Até o fim desse ano minha vida estará completa. Aí volto e acho mais uma ''loucura'' para embarcar. O que me pergunto agora é: se 17 dias (que foi o Rondon) fez o que fez com a minha cabeça, o que será de mim depois desses 5 meses longe de casa?????????

terça-feira, 8 de junho de 2010

Somente os corajosos falam o que pensam.

Dá muito medo dizer que uma pessoa é importante, é desconfortável fazer críticas, a maioria das pessoas não sabem como agir quando lhe é chamada a atenção e todo mundo - até a madre Tereza - já usou de eufemismos para evitar as palavras reais. É fato: a verdade dói.

Digo, com certo conhecimento de causa, que é muitas vezes mais fácil ter por verdade aquela que criamos em nosso imaginário, e digo mais: raramente somos sinceros com relação à realidade. É duro dizer isso, mas digo digo e digo que, simplesmente por excesso de ego e falta de superego*, somos extremamente restritos de visão de mundo.

Falta coragem, hoje em dia. Coragem e convicção. Uma coisa leva à outra, na verdade, falta coragem nos pais de colocarem em prática suas convicções e botarem limites nas crianças. Coragem na funcionária de tele-marketing de colocar em prática sua convicção de continuar estudando pra ter um futuro melhor e poder aumentar sua renda. Coragem ao policial que vê corrupção todo dia de ir relatar ao Ministério Público sua convicção de que aquilo que vê não é o correto. Falta coragem nas pessoas de agirem como únicas e falta a convicção de que toda pessoa é importante.

Parece que todos votam no silêncio, que é subestimado, admito, mas votam nele na hora errada!

* Superego: É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. (fontes duvidosas. wikipédia e minhas reminiscências das aulas)