Meus.

Meus.

sábado, 17 de julho de 2010

A primeira semana.

A chegada e a adaptaçao

Com tao calorosa recepçao no aeroporto, o cansaço quase desapareceu, ao encostar a cabeça no travesseiro, dormi feito uma pedra! Simplesmente apaguei e isso nao é normal em lugares novos creio que para ninguém, mas, novamente ressaltando o cansaço, fui que fui pro mundo das fadinhas do sono. Acordei meio dia, sem nem idéia do que faria, se tinha sido um problema ter dormido tanto, se era verdade que viriam me buscar para almoçar. Fui ao banheiro e rumei à cozinha onde encontrei Anthony e Carolyn - meus companheiros de casa e de trabalho - prestes a almoçar. Estava também na cozinha a Señora, pessoa que faz nossa comida e (incrível e maravilhosamente) lava nossas roupas. Meio sem jeito sentei-me à mesa, imediatamente Señora colocou um prato de sopa em minha frente, mais sem jeito ainda comi, sei lá se ia almoçar com as pessoas da AIESEC como o prometido, mas fui em frente. Malmente terminei a sopa (que era gostosa, mas nada que me deixaria satisfeita, com toda a certeza) ela colocou um prato cheio de comida. Quando digo cheio nao é um pouco cheio, mas sim cheio mesmo!! Entao descobri que vou comer MUITO aqui. Durante o almoço chegou Katia, minha EP Buddy (amiguinha que vai me ajudar a fazer as coisas) e me levou ao centro para trocar dinheiro e ver se conseguia dar um jeito no celular. Consegui uma boa taxa de cambio e alguns dinheiros viraram muitooos dinheiros - wehee - e desbloqueei meu celular (teve o custo de perder tudo que tinha lá, o que ainda nao superei e ainda choro um pouco a noite). Regressei a casa, aguardei meus coleguinhas terminarem seus afazeres para sairmos e todos os dias seguintes tem sido assim, ando de pijama até a hora de começar a viver, como e tudo, como se em casa estivesse. A única coisa estranha que tem acontecido é que estou sonhando muito!!! Nao há uma noite que nao seja povoada por mil pessoas e situaçoes, tenho sonhado com gente que nao vejo há muito tempo, e até com o Rodrigo, meu querido que faleceu. Deve ser a saudade fazendo a festa em minha cabeça.


Multinacionalidades.

Uma das coisas mais estranhas do mundo é a sensaçao de querer falar normalmente e nao poder. Leia-se "falar normalmente" como "falar a língua mae". Morando com uma americana, um canadense e cinco bolivianos, saindo 'pra balada' com eles mais a dinamarquesa e a romena... Pufffff... Minha cabeça está pirando. Meu portunhol vira espangles, depois portugles, depois giblish aí nem eu mais me entendo, tenho que parar e respirar fundo, olhar pra quem eu to me dirigindo aí sim continuar, e tudo isso com a sensaçao de 'caramba, como é fácil falar português!'. Mas vale a pena conhecer toda essa gente, as diferenças culturais sao um sarro. Sábado foi nossa festinha de boas vindas, minha, das outras duas brasileiras (a Larissa e a Carol) e da dinamarquesa (a Louise) e foi super divertido ver como todos 'fazem festa' de formas diferentes, alguns dançando frenéticamente, outros enchendo a cara sozinhos e em silêncio, outros só observando, balançando a cabeça no ritmo da música... No domingo fomos a um pub irlandes, os trainees, uma canadense que está de passagem por Santa Cruz, ficará só por duas semanas, e três bolivianas, aí em um certo momento comecei a conversar com as brasileiras e percebi de fato porque todo mundo diz que brasileiro é inconfundível!!!! Nós somos estridentes!!!! Nós falamos alto e gesticulamos pra tudo qué lado!!!! E o mais diferente de tudo: somos extremamente pessoais!!!! Falamos coisas pessoais sem medo de nos expor, e isso é definitivamente o que nos diferencia do restante do mundo!!!!

Dinamarca, Brasil, Brasil, Bolívia, Brasil.


A saga do transporte público.

Em Curitiba nunca cansei de reclamar dos ônibus! Do Inter 2 que demora mil anos pra chegar, do Santa Cândida/Capao Raso que vive cheio, dos atrasos e coisas assim, mas agora eu os amo amo amo de paixao!!!!!!!!!!!!!! Nao é impossível se locomover por aqui de ônibus, mas é uma situaçao absurdamente desorganizada!!!!!! Primeira e mais louca coisa: nao tem campainha pra parar. As pessoas simplesmente pedem ''señor, pare por favor'' e ele pára. Sim, parece bonitinho, educadinho, delicado, mas é um saaaaco porque - e isso nos leva à segunda coisa louca - nao existem pontos!!! As pessoas sobem e descem onde querem, e isso pode ser bem longe ou a dois passos da última pessoa que desceu!!! Um dia estava chovendo, foi o caos. As senhorinhas nao querem andar um passo, vinte minutos pra dez metros. E os táxis também nao sao tao grande coisa, nao têm taxímetro! O preço se combina antes de entrar nele e sempre se pechincha, entao a corrida pode variar de 10 a 20 bolivianos, dependendo do seu poder de persuasao e de convencer o motorista de que você nao é estrangeiro - porque isso faz toda a diferença do muuuundo por aqui.

Vínculos.

Pra quem é meio geek como eu e já assistiu seriadinhos americanos enlatados como Felicity, Dawson's Creek e Gilmore Girls, é familiar com o termo, roommate: companheira de quarto. É isso que é a Carolyn!!!! De Chicago, estuda na Universidade de Illinois - a qual ela mesma rotula como sendo bem estilo American Pie - estadunidense típica e muito gente boa mesmo!!!! Ela fala rápido e com gírias bem regionais, o que sempre me faz rir bastante, ela fica com vergonha, e descobri que uma das coisas mais divertidas é deixa-la com vergonha!!! E como 'housemate' tem o Anthony. Um figura!!! Canadense descendente de chineses, lembra o Jacob dos filmes do Crepúsculo, fala espanhol melhor do que eu, aprendeu rápido pra caramba... Nos primeiros dias, devido ao frio, ficamos bastante em casa, conversando. Sao muito fáceis de gostar, os dois.

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